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A mitomania, ou o hábito compulsivo de mentir, pode ser comparada a uma campanha eleitoral. Imagine que, durante a corrida pelo poder, em vez de propostas reais e honestas, um candidato começa a inventar promessas, manipular dados e criar uma imagem que não corresponde à realidade. No início, essas mentiras podem parecer estratégias inofensivas para ganhar votos, mas, ao longo do tempo, se acumulam e geram desconfiança e confusão entre os eleitores.

Assim como na política, na mitomania, a pessoa não mente apenas para os outros, mas acaba acreditando em suas próprias histórias. Esse hábito de distorcer a realidade não é planejado como em uma mentira ocasional, mas surge de forma impulsiva, muitas vezes como uma tentativa de fugir de uma situação desconfortável ou de construir uma identidade que não condiz com quem ela realmente é.

Imagine um candidato que, ao invés de enfrentar os problemas e debater soluções verdadeiras, começa a criar uma realidade paralela, prometendo mudanças que ele não tem como realizar. Aos poucos, ele se perde nas próprias mentiras, sem saber mais o que é real e o que foi inventado. Da mesma forma, o mitômano, sem perceber, vai se distanciando de quem realmente é, buscando evitar a verdade a qualquer custo.

A mitomania pode ter origens diversas, como baixa autoestima, necessidade de aceitação ou traumas do passado. Da mesma forma que um político pode distorcer a verdade para se proteger ou conquistar eleitores, o mitômano busca nas mentiras uma forma de evitar dores emocionais ou se destacar em meio aos outros.

Contudo, as consequências logo aparecem. Assim como em uma eleição baseada em promessas falsas, as relações pessoais e profissionais de quem sofre de mitomania começam a desmoronar quando a verdade vem à tona. Os amigos, familiares e colegas de trabalho, ao perceberem que não podem confiar nas palavras dessa pessoa, se distanciam, e a vida do mitômano se torna uma teia de confusão e isolamento.

Se você reconhece esses sinais em si mesmo ou em alguém próximo, saiba que é possível romper esse ciclo. A psicoterapia oferece um caminho seguro para lidar com as raízes desse comportamento e reconstruir uma relação mais saudável com a verdade.

Assim como em uma eleição, onde um bom planejamento e propostas verdadeiras podem reconquistar a confiança dos eleitores, o processo terapêutico pode ajudar a pessoa com mitomania a resgatar sua confiança, encontrar novas formas de se relacionar com os outros e promover o seu bem-estar emocional.